sábado, 19 de maio de 2012

BANHEIRO E PESSOAS TRANS, UMA QUESTÃO DE NECESSIDADE HUMANA!!!

BANHEIROS PARA NOVOS APARTADOS? Jaqueline Gomes de Jesus Psicóloga e Doutora em Psicologia Social e do Trabalho pela Universidade de Brasília. Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte uma doutoranda foi impedida por seguranças de utilizar o banheiro feminino porque era transexual. Ao se opor a essa arbitrariedade, ameaçaram arrancar-lhe a cabeça. Como resposta da instituição, foi criado um banheiro unissex, o que não me parece solução, mas opção impensada pela criação de um espaço estigmatizado e apartado para cidadãos considerados de “segunda classe”. Uma travesti que tinha processado um shopping mineiro por tê-la impedido de usar o banheiro feminino recebeu estupefata a decisão do juiz, segundo o qual o ato do shopping foi correto, para “preservar a própria segurança e ordem no uso do banheiro público reservado às mulheres”. Infere-se, das palavras desse magistrado, que travestis são naturalmente perigosas, acarretam risco para si e para outros, e que é justo excluí-las ou expô-las aos perigos de uma pessoa com aparência feminina usar um banheiro masculino. Ela afirmou que irá recorrer. É uma obviedade afirmar que as pessoas precisam ter acesso a um banheiro. Entretanto, vê-se que há casos de pessoas transgênero (transexuais e travestis) sendo impedidas desse direito, geralmente por autoridades desinformadas. A iniquidade no acesso ao banheiro tem sido uma das maiores barreiras para a integração de homens e mulheres transexuais na sociedade brasileira. Apartheid: palavra da língua holandesa sul-africana que significa “à parte”. Na África do Sul o termo definia a política de segregação entre os brancos e os definidos como “não-brancos”, com base em uma filosofia que reivindicava a supremacia dos brancos. As pessoas eram obrigadas a ocupar espaços diferentes, em função da sua cor, incluindo banheiros. Historicamente, a falta de banheiros femininos foi uma estratégia para manter mulheres fora de espaços tradicionalmente dominados por homens. Ressalte-se que apenas na época da constituinte um banheiro feminino foi instalado para as deputadas no Congresso Nacional. Essa é uma questão de gênero, e se está repetindo essas apartações com relação a mulheres transexuais (preconceituosamente consideradas inferiores às mulheres biológicas) e aos homens transexuais (também considerados, por alguns, como inferiores aos biológicos). A identidade de gênero é central para vida pública e privada de qualquer ser humano, não apenas para as pessoas transexuais, independentemente de anatomia ou fisiologia. Não reconhecer essa vivência leva a sofrimento e constrangimentos. Como resultado de toda essa discriminação, as travestis, os homens e as mulheres transexuais que enfrentam o problema têm sofrido problemas graves de saúde, e até mesmo são demitidos ou abandonam a escola por se recusarem a utilizar um banheiro para pessoas de um gênero com o qual não se identificam. E especialmente as mulheres transexuais, quando se submetem ao absurdo de utilizar um banheiro masculino, são alvo de agressões e abuso sexual. É justo que elas sejam abusadas? Elas não gozam das mesmas proteções legais dos demais cidadãos? Isso é desumano. Os casos de proibição do uso de banheiro evidenciam uma lógica de discriminação, cuja mensagem é a de que essas pessoas são percebidas como ameaçadoras, ou que é normal serem agredidas por pessoas ignorantes, percepções evidentemente estereotipadas, e que levam à concepção inconstitucional de que, com tal proibição a mulheres e homens transexuais, estar-se-ia “prevenindo crimes”, fato visto apenas nas histórias de ficção científica. É indispensável reconhecer que locais de trabalho, escolas e outros espaços públicos e privados precisam tornar os banheiros acessíveis e seguros também para as pessoas transgênero. Essa é uma questão fundamental de acessibilidade e respeito ao ser humano. Há honrosas exceções. Instituições públicas e privadas têm compreendido as demandas da população transgênero que nelas trabalha ou usa seus serviços, e mesmo que não haja legislações a respeito, têm adotado os nomes e permitido acesso aos banheiros concordantes com o gênero com o qual as pessoas se identificam. É preciso, porém, que as cidadãs e os cidadãos preocupados com o avanço da democracia no Brasil estejam atentas para eventuais violações de direitos fundamentais, decorrentes de puro preconceito.

sábado, 5 de maio de 2012

10/05 - SEMINÁRIO HOMOFOBIA E SUAS IMPLICAÇÕES JURIDICAS. FTC - ITABUNA

Os alunos do 4º semestre matutino do curso de Direito da Faculdade de Tecnologias e Ciências - FTC, de Itabuna, realizam um seminário, onde abordam e discutem as implicações jurídicas da homofobia. Esta iniciativa tem uma importância impar por ser uma ação dos próprios alunos na tentativa de lançar mais uma luz, neste caso a luz da visão jurídica a cerca da ação da homofobia sobre pessoas, alem disso eles produziram um vídeo com algumas pessoas falando a respeito da Homofobia e suas visões. Eu participei do vídeo e, o trabalho está muito bom. CONVIDO A TODOS A PARTICIPAREM!!! O QUE? SEMINÁRIO HOMOFOBIA E SUAS IMPLICAÇÕES JURIDICAS ONDE? FTC – AUDITÓRIO/ ITABUNA- CENTRO ( PROXIMO AO FORUM ). QUANDO? 10 de MAIO de 2012, 07h30min INSCRIÇÕES GRATUITAS!!!! ATRAVÉS DO E-MAIL: queromeinscrever@yahoo.com.br

quarta-feira, 2 de maio de 2012

17/05 - DIA DE COMBATE À HOMOFOBIA!!!.

O dia 17 de maio de 1990 foi o dia em que a Assembléia Mundial da Saúde, órgão máximo da Organização Mundial da Saúde (OMS), retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças. Desde então, a data é celebrada internacionalmente como o Dia de combate à Homofobia. No Brasil, esta data foi instituída em 2010, a partir de um decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva atendendo a reivindicações de movimentos ligados à defesa dos direitos dos homossexuais. Em comemoração à data, o Centro Acadêmico de Ciências Sociais, motivado por uma idéia que surgiu na Universidade Católica de Brasília, traz um dia temático à causa, com exibição de filme, mesas-redondas, debates e um piquenique. Esse evento surge da necessidade cada vez mais urgente de combater o preconceito, em suas mais diferentes formas de manifestação e ação (homofobia, lesbofobia e transfobia) e, assim, evitar que cada vez mais pessoas continuem sendo discriminadas e, em muitos casos, covardemente assassinadas por causa de suas orientações sexuais e/ou identidades de gênero. O evento também se propõe a relembrar o I Ato Público contra a Homofobia na UESC, ocorrido em 2011, no Bar Inferninho. Local este bastante freqüentado pela população acadêmica e que foi palco de uma situação preconceituosa, quando dois estudantes gays ao se beijarem foram repreendidos pelo dono do Bar sob a alegação que tal demonstração de afeto era uma ofensa aos clientes do estabelecimento. Programação: >(17/05/212 – 08:00 às 17:00) 08:00 – Cine-debate: Exibição de curta metragens com temática LGBT (Sala de reuniões – DFCH) - Eu não quero voltar sozinho; - Eu não gosto dos garotos; - Delicado; - Shame no more (Vergonha nunca mais) - Depois; 10:00 – Mesa-redonda: Foucault e a História da sexualidade (Grupo de estudos de Gênero da UESC) 13:30 – A discriminação contra LGBT no sul da Bahia 15:00 – Piquenique pelo mesmo amor (Bosque da UESC) Inscrição: as inscrições podem ser feitas no período de 01 a 17 de Maio através do e-mail generoepoder@gmail.com. Basta enviar nome completo e Instituição a qual está vinculado. Mais informações: www.generoepoder.blogspot.com