sexta-feira, 27 de maio de 2011

DILMA E A HOMOFOBIA.



Loyola(Camisa Xadrez) e Dimitri Sales* ele é advogado, mestre e doutorando em Direito Constitucional (PUC/SP). Foi Coordenador de Políticas para a Diversidade Sexual do Estado de São Paulo.


Dilma e a Homofobia

Dimitri Sales*


Não há dúvidas que a ordem de Dilma Rousseff em suspender a elaboração e distribuição do kit educativo que integra o projeto Escola Sem Homofobia, do Ministério da Educação, representa um equívoco e um claro arrefecimento na defesa da cidadania de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Não fosse pouca a perturbação provocada com a decisão, a própria presidenta reforçou o incômodo ao afirmar, em entrevista, que, em seu governo, não será aceita “propaganda de opções sexuais”.
Por um lado, a decisão da presidenta constrange significativa parcela da militância LGBT, historicamente vinculada ao Partido dos Trabalhadores ou às outras agremiações partidárias alinhadas ao projeto governista. É notório que a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) alcançou sólida organicidade e ampla representatividade nos últimos anos. De igual modo, é certo que seus dirigentes encontram-se, na sua quase totalidade, vinculados aos grupos que, sejam nos parlamentos ou nos movimentos sociais, dão sustentação à política dilmista. Com seu gesto, Dilma expôs o nervo dos discursos que apontavam efetivos avanços nas políticas públicas federais para a diversidade sexual, revelando-os frágeis e efetivamente distantes de uma prioridade do Estado brasileiro. Defender a decisão da presidente, em qualquer dos seus aspectos, será uma tarefa, no mínimo, vexatória.
Não obstante, é imperioso assegurar que tal situação não deve servir para acirrar disputas entre grupos partidários antagônicos. Primeiro, por enfraquecer a luta em favor dos direitos LGBT, que requer amplo diálogo institucional; depois, por não haver efetivas distinções entre as concepções de políticas públicas para a diversidade sexual em quaisquer modelos até então desenvolvidos, sejam nos planos municipais, estaduais ou federal, independentemente dos partidos que administram cidades, Estados e a União. Situam-se os gestores públicos em dificuldades similares, tais como a arraigada homofobia institucionalizada, ausência de prioridades e parcos recursos orçamentários.
Ao ceder à chantagem das bancadas fundamentalistas religiosas da Câmara dos Deputados, desenhou-se uma clara afronta ao princípio da laicidade estatal, fragilizando a democracia brasileira.
Efetivamente, durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2010, os dois candidatos concorrentes investiram igualmente na aproximação com setores fundamentalistas religiosos em troca de apoio eleitoral. Ainda que se tratasse de uma opção compreensível ante uma disputa por votos, afirmou-se um precedente perigoso: o compromisso de, em favor de preceitos morais, rejeitar a adoção de medidas de enfrentamento à discriminação homofóbica (possível veto a artigos do PLC 122/2006, por exemplo) ou mesmo conter o reconhecimento de direitos das mulheres, especificamente no que tange ao aborto (sendo esse considerado uma pauta da saúde pública).
O que se vivenciou desde novembro passado até hoje é o resultado dos acordos tacitamente selados no período eleitoral, que sobrepuseram morais religiosas sobre o princípio da laicidade estatal. São exemplos a manifestação homofóbica do Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o aumento da violência dirigidas contra a população LGBT, seja física, com as agressões na Avenida Paulista, ou simbólica, a partir das declarações do Dep. Jair Bolsonaro (PP/RJ) e das manifestações em seu favor organizadas por grupos de skinheads.
Em nome de uma moralidade abstrata, cujo fundamento centra-se num modelo de sociedade socialmente superado, nega-se a imprescindível laicidade estatal e atravanca o processo de afirmação de direitos LGBT. Sem uma análise mais crítica do discurso fundamentalista religioso, o governo reforça estigmas moralistas e endossa a prática deletéria de parlamentares que subjugam a Constituição, impondo-lhe a Bíblia como referencial de atuação. O gosto é amargo: o Dep. Jair Bolsonaro comemorar a decisão presidencial com o argumento “eu tinha razão”; o Sen. José Agripino propor a devolução à União dos gastos correspondentes à elaboração e distribuição do kit anti-homofobia; o Deputado João Campos (PSDB/GO) apresentar um Projeto de Decreto Legislativo com o desiderato de suspender os efeitos da decisão do STF que assegurou às uniões homoafetivas o status de entidades familiares.
Outro princípio republicano rompido foi a transparência administrativa. Em nome da estabilidade do governo (evitar que se instalasse uma CPI para apurar fatos envolvendo o Ministro Antonio Palocci), as lutas por direitos LGBT foram aviltadas.
É nítido que o Governo Dilma, em sua fase de consolidação, encontra-se em disputa – natural nas democracias. Buscar atingir o “homem-forte” do Planalto parece compor um cenário previsível no jogo da oposição. No entanto, sendo a probidade administrativa um referencial obrigatório a orientar a atuação de todo funcionário público, serão, de pronto, refutáveis quaisquer manobras que impeçam os esclarecimentos de fatos que maculem a atuação do referido Ministro. Eis, portanto, um grave problema de ordem ética.
Considerando que a base para as negociações com as bancadas fundamentalistas religiosas foi a “blindagem” ao Ministro Palocci, o gesto do Governo em suspender a elaboração e distribuição do kit educativo se torna mais danoso, uma vez que a transação deu-se em torno de direitos humanos de uma população secularmente vulnerabilizada pela omissão dos poderes constituídos. A prevalecer essa lógica, a luta pela aprovação do PLC 122/2006, priorizada pelos movimentos sociais LGBT, poderá resultar absolutamente inócua, a depender das vicissitudes políticas do momento de sua votação.
É preciso relembrar que essa barganha com os direitos LGBT não vem de hoje. Quando o Governo Lula levou à ONU a discussão sobre direitos sexuais, militantes comemoram – acriticamente e precipitadamente. No calor do debate, a pauta brasileira serviu de “moeda de troca” na negociação em favor da proposta de ampliação dos membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização, com a conseqüente inclusão do Brasil.
Verdadeiro fetiche a orientar a política externa do Governo Lula, o desejo brasileiro de ocupar permanentemente o Conselho de Segurança era frontalmente contrário a importantes movimentos internacionais pela extinção do poder de veto dos restritos países que hoje compõem o colegiado responsável pela preservação da paz e da segurança mundial.
A saída encontrada pelo governo Dilma para evitar novas polêmicas em torno do veto ao kit educativo foi estabelecer que todo o material institucional que se refira a "costumes" passará por uma consulta aos setores sociais interessados. Grande equívoco! Direitos humanos não pode ser objeto de deliberação coletiva sob pena de se propiciar retrocessos ou impedir o avanço no reconhecimento de direitos. É preciso afirmar energeticamente que a razão pública, que deve guiar permanentemente a atuação do Estado, não pode se confundir com discursos religiosos ou quaisquer outras motivações fundamentadas numa perspectiva meramente subjetiva, sob pena de gerar injustiças.
Em matéria de desacordo moral razoável, devem atuar o Executivo, no que tange à sua competência de gestão de políticas públicas, e Legislativo, exacerbando o debate ao limite da dissensão. Na omissão ou na ação inconstitucional desses Poderes, deve o Judiciário intervir para sanar vícios jurídicos ou reconhecer direitos.
É falaciosa a idéia de que a democracia se reforça ao atrair para o cenário decisório todos os seus personagens, quando o debate encerra-se em torno de temas morais (ou pautas como aquelas atinentes à ampliação de direitos fundamentais). Deliberação sobre direitos humanos não pode ficar à mercê das intempéries conjunturais ou das emoções irracionais: não se deve transigir quando o assunto diz respeito à dignidade da pessoa humana!
Uma possível saída para a polêmica gerada é afirmar os direitos sexuais como direitos humanos e, a partir de então, assumir tal orientação como referencial obrigatório da atuação governamental. Deste modo, sujeitar-se-ão as pautas quotidianas da governança aos princípios e ações de promoção do respeito aos valores que compõem a dignidade humana. Insta, portanto, assumir uma postura clara acerca da defesa dos direitos LGBT – até para que os movimentos sociais possam, caso desejem, se posicionar criticamente. No entanto, nesse aspecto a postura da presidenta Dilma revela a existência de uma clara limitação do seu governo em assumir posicionamentos que possam afetar a sua estabilidade política, ainda que, para a cidadania, seja imprescindível assumi-los.
A polêmica gerada pela decisão presidencial precisa ser encarada como a expressão de uma frágil realidade no que tange à proteção aos direitos da diversidade sexual que, via reflexa, é a realidade dos poucos governos estaduais e municipais que destinam atenção a essa temática. Deve, pois, servir para uma serena e profunda reflexão em torno dos limites e possibilidades de sua superação, bem como das potencialidades das políticas públicas de enfrentamento à homofobia. Ainda, deve consubstanciar os debates que serão travados ao longo deste ano, em torno da II Conferência Nacional LGBT, objetivando uma discussão propositivamente fecunda, capaz de orientar os governos para ações destinadas à promoção da cidadania de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.
O resultado desse momento atual: soma zero para todos. Perde movimento social LGBT, perde a cidadania, perde o país. Não é um retrocesso em si, mas dói e toda dor retrai!


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quarta-feira, 25 de maio de 2011

GRUPO HUMANUS: DISCUTINDO UNIÃO HOMOAFETIVA, NA TV ITABUNA, PROGRAMA HOJE EM FOCO!!!



Nanda Galvão, no comando do programa HOJE EM FOCO!!!




Jose Antonio Loyola Fogueira, debatendo as uniões homoafetivas, no HOJE EM FOCO!!!



Hoje 25/05/2011, Grupo Humanus, estará sendo entrevistado por Nanda Galvão, em seu Programa diário “Hoje em Foco” , que vai ao ar 10:00 horas da manhã a sua primeira edição e no período da tarde, nesta entrevista será discutido a decisão do Supremo Tribunal Federal(STF), que em 05/05/2011.
Em uma decisão por unanimidade reconheceu as uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo, como sendo um núcleo familiar o que equipara essas uniões às uniões heterossexuais.
Neste programa também estará presente a advogada Daiane, que fará os comentários quanto as condições legais de uma decisão como esta que irá beneficiar cerca de 61.000 casais homossexuais, segundo o censo 2010.
Já os aspectos sociais e culturais de tal decisão serão debatidos por Jose Antonio Loyola Fogueira, que é militante e coordenador do grupo que representa LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Trangeneros), em Itabuna e outras localidades no sul da Bahia.
A nação está passando por grandes transformações, e em respeitos as pessoas e as suas diferenças é que o programa traz uma pauta, que para muitos não deveria ser debatida, pela sociedade Nanda Galvão, com sua visão futurista e social abre esse debate claro e franco, e diz que: “direitos sexuais são sim direitos humanos”.
Quem não possui TV a cabo ou por assinatura em Itabuna e na região pode acessar e assistir gratuitamente, no comodismo do seu lar ou escritório, assista e dê a sua opinião ela é muito importante para nós, veja ao vivo pela internet no link http://www.tvitabuna.com.br/index.html

segunda-feira, 16 de maio de 2011

17 de Maio DIA MUNDIAL DE COMBATE À HOMOFOBIA!!!





No dia de hoje e todos os dias de nossas vidas temos o dever de clamar por uma sociedade mais justa e fraterna, onde um ser humano possa ser o que desejar sem que tenha medo de e ser xingado, espancado ou maltratado em sua essência humana.

Esse respeito e direito de ser diferente é o que no dia de hoje em diversas partes do mundo clamamos ás pessoas de bom coração que nos ajude no DIA MUNDIAL DE COMBATE A HOMOFOBIA. Nesse dia 17/05, que unimos forças e cada um da forma que for possível, faça uma ação em prol da humanidade e combata esse câncer da sociedade.

Uma sociedade que prima pelos direitos de todos deve respeitar o direito das pessoas que se sentem e querem ser diferente, essa diferença não deve em momento algum qualificar esse ser humano como desigual ou inferior, é por um mundo fraterno e justo que todos lutamos.

Nos do GRUPO HUMANUS, solicitamos na divulgação desta mensagem através das redes sociais de informação, e assim várias pessoas tomará conhecimento da importância deste dia para toda humanidade, 17/05 - DIA MUNDIAL DE COMBATE A HOMOFOBIA!!.

domingo, 15 de maio de 2011

28ª VIGÍLIA PELOS MORTOS VITIMAS DA AIDS.





A Coordenação Municipal de DST/HIV/AIDS e HV, do município de Itabuna na Bahia, em parceria com ONG como o GAPA, GRUPO HUMANUS, RNP+(ponto focal), CASA DE APOIO, e outras entidades da nossa cidade, CONVIDA a todos interessados em celebrar hoje a 28ª Vigília pelas vitimas da AIDS. Esta é uma das atividades no calendário de Maio 2011.

O QUE?:
MISSA PELAS VITIMAS DA AIDS.

ONDE?:
CATEDRAL DE SÃO JOSE, EM ITABUNA-BAHIA.

QUANDO?:
15/05/2011, ÀS 18:00

Informações: 73-8803-4714/8848-3237.

sábado, 7 de maio de 2011

FELIZ, DIA DAS MÃES!!!

Estas são algumas das selecionadas para o oscar de melhor mãe do mundo!!!





Após o olhar e voto minerva, do Vinicius de Moraes, és as finalistas ao premio!!!





Estas são algumas das mães selecionadas, uau!!!





P.S- AS QUE NÃO SE ENCONTRAREM NAS FOTOS, POR FAVOR NOS REENVIE AS FOTOS PARA A PRÓXIMA EDIÇÃO.


FELIZ DIA DE MÃES.....

Aquelas que mesmo sentindo dores insistem em amamentar, com o peito sangrado!!!
Aquelas que passam a noite acordada para ouvir o barulho da nossa chegada!!!!
Aquelas que não comem antes que todos estejam, alimentados!!!
Aquelas que resolveram não ou não puderam ter o útero expandido pelo feto!!!
Aquelas que pariram!!!
Aquelas que adotaram!!!
Aquelas que choram!!!
Aquelas que abrem mão do sexo, pelo termômetro no meio da noite!!!
Aquelas que brigam com o medico, na emergência do hospital pediátrico!!!
Aquelas que sozinhas choram a ausência do pai, na criação de seus filhos!!!
Aquelas que felizes acompanham nossos primeiros passos!!!
Aquelas que nos consolam nas nossas quedas!!!
Aquelas que não deixam a gente desistir, nunca!!!
Aquelas que a pesar de múltiplas jornadas nos beijam durante nosso sono!!!
Aquelas que mesmo vendo a diferença entende como, fonte de felicidade!!!
Aquelas que nunca nos cobram!!!
Aquelas que nós cobram o tempo todo!!!
Aquelas que mesmo ausentes e distantes, são tão presentes!!!
Aquelas, que de útero, coração ou alma, são mães...
Felizes os dias... Que temos com vocês!!!

Jose Antonio Loyola Fogueira.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

05/05/2011, UM DIA HISTORICO, SUPREMO TRIBUNAL RECONHEÇE A UNIÃO HOMOAFETIVA!!! EXISTE DE FATO A FAMILIA HOMOSSEXUAL NO BRASIL.








No final da tarde deste dia histórico, o Supremo Tribunal Brasileiro (STF), reconheceu por unanimidade as uniões homoafetivas , o que a partir de então cria-se, de fato as famílias homoafetivas, com direitos de adoção, partilhas de bens, proteções antes muitas vezes negadas aos casais homossexuais no Brasil.

Essa luta, ainda é longa temos que garantir outros direitos, mas vencer esta batalha é um marco que nos possibilita sonha que em breve veremos a criminalização da homofobia, em solo brasileiro, sonho almejado por milhares de LGBT, e outras tantas pessoas que não admitem o preconceito e a discriminação de pessoas pelo gênero ou orientação sexual ou afetiva.

O Grupo Humanus, que também esteve diretamente inserido nesta batalha como uma formiga operaria, enviando e-mail, a parlamentares e ministros do STF, vem a publico convocar toda população de Itabuna e de demais localidades para que dia 17/05 DIA MUNDIAL DE COMBATE A HOFOBIA, para que façam uma ação em prol do fim da homofobia no Brasil , com mensagem, e-mail, torpedos usando todas as redes sociais, com mensagens contra a homofobia, não podemos deixar este câncer vivo, em nosso país.

Essa é a meta da nossa nova batalha criminalizar a homofobia, queremos aqui, agradecer a todas as pessoas que de qualquer forma contribui com a construção de uma sociedade digna, sem racismo, sexismo, machismo, homofobia, lesbofobia, transfobia e todas as fobias do mundo, o Brasil é um país laico e o direito de tod@s cidadoes devem ser respeitados em conformidade à constituição federal e demais leis vigentes.

Não podemos contudo avançar sem reconheçer os esforços de muitos, que aqui estavam antes de nós e que por este momento deram lagrimas , suor e sorrisos e até suas vidas, não podemos esqueçer do Lampeão da Esquina, do Somos, de Luiz Mott, do GGB, Trevissan, Estrututação, Dignidade, Grab,Dellas, Arco Iris, Coturno de Venus,LBL,ABL, ABRAGAY,Habias Corpus Potiguar, desculpem os não citados, sei que existimos e que nossa luta é importante é que somos milhares, graças à Deus. E por fim a brilhante incidencia social e politica da ABGLT, com Toni Reis e se@s fieis escudeir@s, que mesmo nas tempestades não deixaram o leme, a tod@s que compomos o Movimento Homossexual Brasileiro, PARABENS!!!!


A luta continua companheir@s, batalhas por vidas dignas e livres de preconceitos!!!.


Em breve a programação do GRUPO HUMANUS , para o dia

17/05/2011, DIA MUNDIAL DE COMBATE À HOMOFOBIA...